Roberta Spindler nos coloca em um cenário nem um pouco agradável em sua obra ‘A torre acima do véu’. Nela nos encontramos em um mundo em que toda a superfície foi tomada por uma névoa estranha, misteriosa e venenosa. A única forma de sobreviver nesse planeta é vivendo nos andares mais altos dos prédios e arranha-céus de uma época mais próspera para a humanidade.
Conhecemos então Beca, uma jovem corajosa que trabalha com seu pai e seu irmão procurando por mantimentos e equipamentos para negociá-los, lutando pela sobrevivência e sob o regime da Torre, um governo que controla a cidade de Rio-Aires, cujo líder é o destemido Emir, oferecendo um pouco de comida, saúde, estabilidade e segurança.
E segurança é mais do que bem-vinda em um mundo em que não só um movimento em falso pode te fazer cair para a morte certa – seja pela altura ou pela névoa – e também por causa das sombras, criaturas horríveis e assassinas que habitam justamente dentro da névoa.
Essa era a rotina de Beca, que assim como algumas pessoas, é uma mutante. Resultado da névoa, suas habilidades para saltar de edifício em edifício são melhores do que o normal. E sua rotina parecia que continuaria assim, de prédio em prédio, até que ela irá se ver obrigada a participar de uma missão da Torre, da qual pode não voltar.
A autora começa com uma ideia bastante criativa e conforme a narrativa vai fluindo vemos como ela soube lapidar bem seu “diamante bruto” com personagens fortes e carismáticos e momentos de drama e tensão. Não é um livro de terror, mas a cada capítulo estaremos torcendo para que nossos heróis não pereçam. Pois o que essa obra consegue nos mostrar é que ninguém está de fato seguro.