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Black Earth Rising – Crítica

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Um soco no estômago, muita coisa que não queremos ouvir e muito mais para o qual queremos fechar nossos olhos. Ao tratar de temas delicados, históricos e incômodos, Black Earth Rising chama a atenção do telespectador, passando sua mensagem através de uma história envolvente e bastante humana.

Enquanto conhecemos diversos países da Europa, as pessoas conhecem poucos países da África. Isso por diferentes fatores. Um de seus países, no entanto, ficou em destaque por um tempo nos noticiários, mas não por algo positivo: Ruanda. Na década de 90, o país passou por uma guerra civil e um genocídio terrível.

O evento foi retratado no filme Hotel Ruanda, que foi indicado ao Oscar. Mas o que foi falado nos noticiários sobre Ruanda desde então? Como está o país hoje? Como um país se recupera de um massacre tão traumático e tão recente?

Não que Black Earth Rising tenha as respostas para essas complicadas perguntas, mas vamos vendo um pouco disso tudo enquanto acompanhamos Kate Ashby (Michaela Coel), uma sobrevivente do terrível genocídio que foi adotada ainda criança por Eve Ashby (Herriet Walter) uma promotora do Reino Unido que trabalha com direito penal junto de Michael Ennis (John Goodman).

Adulta e trabalhando para Ennis, Kate possui conflitos internos referentes a suas raízes e seu lar no Reino Unido, sua mãe adotiva e a família que perdeu, fora todas as questões sobre racismo, direito penal internacional, busca por justiça, que formam quem ela é hoje.

E essa busca por justiça pode levar os responsáveis pelo massacre a pagarem por seus crimes, mas e os poderosos? Será que eles deixarão isso acontecer? Ainda mais se eles tiverem alguma responsabilidade?

A série, no entanto, apesar de termos claramente personagens no lugar de mocinhos e personagens no lugar de vilões, não tem uma visão binária e, assim como na vida real, sabemos que não existe apenas um culpado e que inocentes são os civis que nada tem a ver com a situação e que por ela são mortos.

Racismo, colonialismo, exploração, preconceito, justiça, todos são temas pesados e que a série, uma parceria entre a Netflix com a BBC, conseguiu abordar muito bem numa trama tocante que nos faz refletir sobre o mundo do passado e o mundo de hoje.

Colunista: Walter Niyama é formado em Jornalismo pela ESPM-SP. Além do Nerdssauros também escreve para o Converge-Jornalismo. Também é autor de três livros publicados: O Mistério dos Suicidas; Guardiões de Sonhos – As Portas dos Pesadelos; e Anos Atrás – Uma História de Santiago Valentim.

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