Cinema

Borat 2: Menos caótico, mais polêmico e ácido

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Em 2006, foi lançado o filme Borat que conta as desventuras do 2º melhor repórter do Cazaquistão pelos Estados Unidos. Cheio de sátira e irônica, Sacha Baron Cohen buscava observar a reação das pessoas ao seu personagem antissemita, racista, machista e preconceituoso. Obtendo respostas como americanos numa arena de rodeio gritando em extâse ao dizer que desejava que George W. Bush bebesse o sangue de cada mulher, homem e criança do Iraque.

Imagem: Divulgação.

Apesar de se encaixar na categoria de documentário falso, afinal Borat é um personagem fictício, as pessoas com quem ele interagia, entrevistava, eram pessoas reais. E assim ele fez um retrato do preconceito nos Estados Unidos, algo que ele já tinha feito na Inglaterra com Ali G. Ele voltou a fazer esse tipo de trabalho com políticos americanos no programa Who is America?

Sacha continuou trabalhando em produções com seu estilo de humor como “Irmão de Espião” e “O Ditador” e também em filmes como Alice Através do Espelho, A Invenção de Hugo Cabret e Anchorman 2, fazendo personagens secundários ou que não eram o protagonista.

Borat 2 vem em um momento de tensão e incerteza política nos Estados Unidos devido a pandemia de Coronavírus, os protestos contra o racismo e com a eleição entre Trump e Biden. E isso influenciou todo o filme, o próprio Sacha Baron Cohen falou que trouxe o personagem de volta por causa do contexto atual pelo qual os EUA vivem.

No filme lançado pela Amazon Prime descobrimos que a vida de Borat não continuou feliz como o final do primeiro longa nos mostrou. O mundo riu do Cazaquistão e suas exportações caíram para zero. Por causa disso, nosso protagonista foi mandado para um gulag (campo de trabalhos forçados). Porém, ele recebe uma nova chance do primeiro-ministro de seu país.

Imagem: Divulgação.

Donald Trump, o atual presidente dos EUA, fez amizade com, nas palavras de Borat “líderes mundiais durões como Putin, Kim Jon-un, Bolsonaro e Kenneth West”. O primeiro-ministro cazaque também quer se relacionar com Trump, para isso, Borat recebe a missão de entregar um presente (um macaco que é o ministro da cultura do Cazaquistão e também um ator pornô local) para Mike Pence.

E assim Borat Sagdiyev, acompanhado por uma equipe de filmagem, volta 14 depois para os Estados Unidos, onde precisa lidar com o fato de que agora é conhecido, com a tecnologia atual, sua filha que acaba indo para os EUA também, mais para frente o Coronavírus, e em todo o percurso, o lado não tão bonito da sociedade americana.

O filme segue a mesma estratégia de com exceção de Sacha e da atriz Maria Bakalova (que faz uma atuação incrível tanto na relação pai-filha como na suspensão total de julgamento e do ridículo), as pessoas ali registradas não são atores, são pessoas reais agindo como se estivessem mesmo em um documentário.

Borat 2 segue mais uma linha de acontecimentos do começo ao fim se comparado ao primeiro e possui piadas que não farão tanto sentido mais para frente (datadas), como os meninos cazaques sendo exportados para a América para Kevin Spacey, e também por ser uma análise mais a fundo do governo Trump do que o primeiro foi do governo Bush. Porém, cumpre com seu objetivo que era justamente esse.

Imagem: Divulgação.

E nesse sentido o filme torna-se mais polêmico. Exemplo disso são as partes com os conspiracionistas e também a cena gravada com o ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump, Rudolph Giuliani.

E nisso o trabalho de toda produção é muito bem feito, crítico, mas sem ser arrogante e encontrando tempo até onde não se espera para o humor de desconforto ou besteirol ao melhor estilo Borat.

Um filme à altura para o glorioso país do Cazaquistão e um trabalho com a marca do Ministério da Agricultura e Vida Selvagem.

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