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CBLoL 2020 – Cerimônia de Abertura

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Para quem gostou da cerimônia de abertura do CBLoL 2020 chamei aqui o Jannerson Xavier, sócio-diretor da Histeria! e diretor dessa abertura sensacional para vir contar um pouco da produção para gente.

            E se você ainda não assistiu já aproveita e dá uma olhada aqui:

– Conta rapidinho quem é você e qual foi seu papel na produção da abertura do CBLOL esse ano.
Meu nome é Jannerson Xavier, sócio da Histeria! e meu papel principal foi de diretor do filme. Além disso também trabalhei no roteiro, fiz a edição, animei uma parte dos VFXs e trabalhei como produtor do projeto, ajudando a montar as equipes e o fluxo de trabalho do projeto como um todo.

– Conta um pouco como foi o processo de criação da história da abertura? De onde surgiu a ideia dos campeões gigantes na cidade?
A premissa surgiu da Riot Brasil. Lá por abril, tudo estava muito incerto e ninguém sabia direito como o mundo estaria em setembro. O que já tinha ficado claro, no entanto, é que mesmo com o mundo inteiro parando para a quarentena, o League of Legends (e o cenário competitivo) estava mais movimentado que nunca. O Summoner’s Rift nunca para. A ideia dos campeões gigantes surgiu para comunicar essa metáfora: à medida que os jogadores vão entrando no jogo, o LoL vai tomando conta do mundo real.

A ideia de fazer os campeões serem “conjurados” pelos jogadores surgiu como uma homenagem para comunidade mesmo. Se o League não para isso se deve 100% à paixão da comunidade pelo jogo. Daí também surgiu naturalmente a ideia de usarmos nomes reais de jogadores no filme.

Nós entramos nessa etapa do processo, e a partir daí ajudamos a definir mais claramente o arco do filme: quais seriam os campeões e monstros, qual seria o objetivo deles no filme e como isso se desenrolaria cena a cena.


– Como foi o processo de produção das cenas? Além da filmagem do Pedro Qualy, todas as outras cenas também foram filmadas? E quais programas usaram para fazer as animações?Sim, todas as cenas do filme foram captadas exclusivamente para essa produção. Nós chamamos nossos parceiros da Abacateiro Filmes para coordenar essa captação, com direção nossa. Ela foi basicamente dividida em duas partes:

– O clipe do Pedro Qualy, com uma equipe mais “tradicional”, digamos assim.

– E absolutamente todo o restante do filme foi captado com drone, com a ajuda da equipe incrível da Coptercam. Todos os planos são captados baseados em um storyboard que definimos antes, com tudo: ângulo, enquadramento, duração… Ainda assim foi engraçado fazer a primeira montagem do filme com a filmagem bruta, ou seja, sem nenhum personagem ou efeito em cima: era basicamente 5min de cenas de prédios com nada acontecendo. Vai uma boa dose de imaginação para filmar um take do Vale do Anhangabaú em São Paulo e entender onde estará o Blue e como uma Akali de 35m de altura vai aterrissar de um salto mortal!

Falando especificamente de animações, usamos o Adobe After Effects pra animar basicamente tudo que não eram os personagens, ou seja, os diálogos, os logins dos players, todos os VFX, tudo. Pros personagens 3D os animadores usam primariamente o Autodesk Maya. Claro que se for falar para todo o processo, entra mais um bom punhado de softwares diferentes na lista aí, como Photoshop, Illustrator, Premiere, 3DMax, Blender e DaVinci Resolve.

– Quanto tempo levou a produção do vídeo?
A pré-produção começou no início de junho, com storyboard e concept arts. Então o processo inteiro tomou quase que 3 meses exatamente – o que é BEM apertado para uma produção dessa escala!

– Na sua opinião, qual foi o maior desafio de criar essa abertura?
Foram tantos que fica difícil dizer. Mas se for para escolher um, eu diria que foi o tempo de produção versus a duração do filme. Nesse mercado de cinematics, 5:30min é MUITO tempo e 3 meses já seria um tempo curto para pôr de pé um filme com metade dessa duração. Isso nos levou a algumas situações insanas em que, de uma semana pra outra, tínhamos que ter tipo 25 cenas de campeões animadas (foram mais de 70 no total), ou o fato de 90% dos VFX foram feitos nas últimas duas semanas, porque simplesmente não podíamos começar antes. Então foi BEM insano, mas, sem demagogia, com a equipe envolvida, não tinha como dar errado.


– Vocês chegaram a produzir as aberturas das finais de 2019 e 2018, que são bem diferentes dessa de agora. Vocês tiveram algum aprendizado das anteriores que puderam aplicar nessa?
Com certeza. Sem as duas finais anteriores (mais a final do MSI 2019 também do League of Legends) não teríamos chegado nesse resultado. É até difícil listar todos, mas colocaria dois principais aqui:

O primeiro é a reação do público. Entendemos primeiro a dinâmica de um show ao vivo, em que não dá para ficar mais de 5 ou 10s sem apresentar algum evento novo, alguma novidade para resgatar a atenção do público. Isso é crucial nos shows e trouxemos esse pensamento para a abertura 2020 também. Além disso é a questão do fã mesmo: os jogadores piram mesmo nos campeões, nos pro-players e em referências à comunidade, e com razão! E nem sempre foi fácil aprender isso. Ano passado, por exemplo, 90% da nossa dedicação foi para o clipe de How Bad Do You Want It, do Far From Alaska, mas o que público curtiu mesmo foi o Jhin ultando logo no início que, para nós do vídeo, foi algo bem tranquilo de fazer! Algo semelhante também aconteceu no MSI. Então aprendemos bem a direcionar o foco das aberturas.

O segundo aprendizado foi a nossa sinergia com a Riot Brasil. Além das três finais de CBLOL e do MSI, também já trabalhamos em dois Prêmios CBLOL, em muitos conteúdos da CCXP 2019, na vinheta de abertura da transmissão do CBLOL 2020 e, mais recentemente, no trailer da Raze pro Valorant, o novo game da empresa. A cada projeto a gente foi aprendendo a trabalhar melhor com eles, a ponto de que realmente parece que somos uma mesma empresa.

O processo flui extremamente bem entre nós e, com todos os desafios da abertura desse ano, simplesmente teria sido impossível ter colocado de pé um clipe tão incrível se não fosse por esses 2 anos de parceria muito próxima.

Foi uma parceria que surgiu um pouco ao acaso, mas que agora é parte indissociável da história da Histeria!. Pessoalmente, espero continuar essa parceria ainda por muitos anos!

E aí galera curtiram a entrevista? Se sim, já sabem o que fazer, curtam, comentem e compartilham!

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