Ficção científica muitas vezes esbarra com o medo. Ora, nada mais natural, a ciência é, por assim dizer, a busca pelo conhecimento, e nós, humanos, temos muito medo do que nos é desconhecido. Não sabemos se podemos confiar, se é perigoso, tudo o que sabemos é que não sabemos, o que acaba por nos deixar numa situação de impotência.
“Zig Zag – Muitos Morreriam para Ver o Futuro Outros Morreriam para Ver o Passado”, o livro de José Carlos Somoza nos apresenta a brilhante e determinada Elisa Robledo, que embarca em uma viagem para uma ilha onde cientistas estão desenvolvendo um projeto revolucionário: uma forma de ver o passado.
Mas e se eles estiverem indo longe demais? Essa é a impressão que fica quando acontecimentos terríveis começam a acontecer e o tempo começa a correr contra o grupo. Elisa, junto de seu fiel amigo e também crânio Victor Lopera, precisará ser mais forte, inteligente e corajosa do que nunca nessa trama alucinante.
Não se deixe enganar pelo nome, “Zig Zag” é um livro incrível que mescla ficção científica, investigação e terror. Do meio para o final não consegui desgrudar do livro querendo saber o que aconteceria, mesmo que depois, à época, eu tenha tido problemas para dormir por causa da história.
Se gosta de livros assim, leia “Zig Zag”. Não é um livro muito fácil de achar, a cópia que eu comprei na livraria deve ter sido uma das últimas, isso porque fazia anos que o novo acordo de língua portuguesa havia sido instituído e a história estava escrita seguindo a norma antiga. Mesmo assim vale a pena o esforço.
Colunista: Walter Niyama é autor de “O Mistério dos Suicidas” e de “Guardiões de Sonhos – As Portas dos Pesadelos”. Atualmente faz faculdade de Jornalismo pela ESPM.